segunda-feira, 23 de julho de 2012

E você chegou.... (parte 2)

Foi a partir do momento em que assinei a ficha de entrada a maternidade, que relaxei e as contrações ficaram mais fortes e frequentes. Aguardei alguns minutos até a médica descer para nos avaliar, uma medica baixinha e japonesa, muito tranquila. Após o exame ela nos informou que ficaríamos internadas, mas não me disse com quantos dedos de dilatação eu estava. Ela me colocou para realizar o cardiotoque, foi muito estranho ver seu coração disparar a cada contração.

Foram em torno de 5 ou 6 no período que eu fiquei deitada realizando o exame. Quando me levantei, para assinar os papeis da internação e arrumar minhas roupas para entregar para o papai, as contrações realmente ficaram muito fortes e com um intervalo de 2 minutos entre uma e outra. Nesse momento a enfermeira resolveu me levar para o pós parto, mesmo antes do papai assinar a internação, já que realmente  faltava muito pouco para você nascer.

Como o papai não tinha assinado a documentação, meu leito não estava pronto, mas nesse meio tempo me sentaram em uma poltrona, mas após a 3º contração comecei a sentir você sair. Gritei e outra enfermeira me atendeu prontamente e me levou  para o nosso leito, e fez outro exame de toque. A dilatação já tinha aumentado para 7cm, e ela me disse que com o andar da carruagem você não demoraria muito a nascer, e que provavelmente não conseguira nem tomar a segunda dose do antibiótico, já que meu exame de estrepto cocos havia dado positivo.

Poucos minutos depois eu senti você começar a nascer, gritei muito alto. E tudo ficou muito rápido e muito confuso. Me colocaram numa cadeira de rodas e me levaram para a sala de parto. Na sala de parto estava a médica japonesa, que depois eu descobri que se chamava Cida.

A dor mudou completamente, junto com a contração, vinha uma vontade de empurrar de fazer você sair e muita sede. Assustei com a ‘mudança’ da dor, e comecei a gritar. A médica me explicou que se eu continuasse gritando, não teria força para te empurrar e que eu deveria sim respirar de boca aberta, assim a dor ‘diminuiria’, e realmente funcionou, me senti mais calma e consegui me concentrar.

Não existem palavras para descrever o que foi ouvir seu choro pela primeira vez, ver seu rostinho, e sentir você se acalmar quando ouviu meu coração. Foi tudo lindo, só não foi totalmente perfeito, por que seu pai não pode assistir o parto, ele estava cuidando do Eduardo. Mas assim que saímos da sala de parto para o pós-parto ele estava nos aguardando, com o seu irmão, chorando feito criança, e foi uma das cenas mais bonitas que eu vi na vida.

Entre a bolsa estourar e você nascer foram três horas e quinze minutos.  Parto natural, sem cortes, sem anestesia. Você nasceu com 47cm e 2,660kg.

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