Depois de tudo que eu e o Edu passamos por conta do autismo,
eu criei uma casca dura e bem calejada. Já passamos pelas situações mais
bizarras o possível, como a mãe de um conhecido que depois de explicarmos que o
Edu é autista, começou a encara-lo e andar ao redor dele, procurando um chifre
de unicórnio ou uma calda de dragão, e depois de não encontrar concluir que ele
não parecia ter algo, e que todas as características só existiam por que eu não
ia à igreja.
E tem também claro, os idosos dos ônibus, desses já ouvi
atrocidades quando o Edu está feliz e contente sentado no banco amarelo do ônibus,
ou na fila de preferencias do banco. Hoje lendo esse post aqui,
coincidiu exatamente com uma situação que me deixou profundamente irritada essa
semana.
Saímos do colégio por volta de meio dia, como não haveria
tempo de almoçarmos em casa, fomo no shopping e depois a uma livraria (diga-se
de passagem, esse é o programa preferido do Edu), O Edu escolheu alguns livros
e correu para uma mesinha, e eu estava a
alguns passos atrás, entre o Edu e a cadeira tinha uma senhora olhando a
neta sentada na mesa, e ele esbarrou na
senhora, a mulher começou a fazer escanda-lo, que o Edu não tinha recebido
educação, que não pediu licença, a empurrou e não pediu desculpas.
Todas as outras mães/ acompanhantes/crianças/ funcionários
que estavam no espaço começaram a olhar, o Edu totalmente alheio, já sentado e ‘lendo’
os livros escolhidos. E meu sangue fervendo, mas apesar da vontade de voar no
pescoço da velha , somos divas e nunca perdemos a classe, e eu calmamente (e
com a minha voz perigosa) respondi, que ele não pediu licença e nem desculpas,
por que ele é autista, não por que é mal educado.
Conclusão da história a velha na hora calou a boca, começou
a falar algumas coisas e desculpas desconexas, pegou a neta de qualquer jeito pelo braço(a menina chorando
que ainda estava brincando) e saiu do espaço infantil.
Será que se ela antes de chilique tivesse parado e observado
um pouco mais não teria nos poupado deste desgaste? Não é muito mais sensato
antes de tirar conclusões precipitadas sobre o comportamento de uma criança, avaliar
a razão.
O preconceito vem do desconhecimento.
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