quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Autista sim, e dai????



O Edu é um menino de 7anos, gordinho, simpático, que adora agua, comilão, temperamental, observador, extremamente carinhoso, genioso e autista. Claro que tive meu momento de luto e negação quando tive certeza do diagnostico, mas rapidamente me dei conta que não tinha tempo pra chorar e lamentar, e o que eu tinha que fazer era arregaçar as mangas e partir para luta. Tive muita ajuda nesse caminho, vindo dos lugares e das pessoas as quais eu menos esperava .

Depois de tudo que já passamos, desenvolvi minha super armadura. Hoje pouquíssimas coisas furam meu bloqueio, e passei a adotar uma postura de “sim, meu filho é deficiente, se você se incomoda com isso é um problema seu”, E como consequência atraio as mais diversas reações, começando pelas caretas de dó (como se o Edu fosse um cachorrinho que caiu da mudança), os ataques de fúria contra minha pessoa (claro, seu filho é autista por que você não deu amor suficiente pra ele, ou por que você o chama de deficiente, já que quer pegar a fila preferencial, ou senta-lo no banco amarelo), ou ainda quando o tratam como se o autismo fosse uma doença contagiosa e o Edu uma espécie de leproso fã do Cid, o cientista, e atualmente como se ele fosse um psicopata, ou um terrorista preste a explodir um voo da Gol caso ele não recebesse seu pacotinho de amendoim. 

Mas o mais grave que esse tipo de reação não vem apenas de estranhos randômicos pela rua, mas de familiares próximos.

 Depois de tudo isso quando uma moça japonesa da granja do mercado municipal perto de casa, trata o Edu como uma criança (já que antes de qualquer rotulo é isso que ele é) conversando com ele, e mostrando que daquela vez o ovo branco era maior que o ovo vermelho que ele cismava em querer. Realmente fez meu final de ano muito mais feliz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário