O Edu é um menino de 7anos, gordinho, simpático, que adora
agua, comilão, temperamental, observador, extremamente carinhoso, genioso e
autista. Claro que tive meu momento de luto e negação quando tive certeza do
diagnostico, mas rapidamente me dei conta que não tinha tempo pra chorar e
lamentar, e o que eu tinha que fazer era arregaçar as mangas e partir para
luta. Tive muita ajuda nesse caminho, vindo dos lugares e das pessoas as quais
eu menos esperava .
Depois de tudo que já passamos, desenvolvi minha super
armadura. Hoje pouquíssimas coisas furam meu bloqueio, e passei a adotar uma
postura de “sim, meu filho é deficiente, se você se incomoda com isso é um
problema seu”, E como consequência atraio as mais diversas reações, começando pelas
caretas de dó (como se o Edu fosse um cachorrinho que caiu da mudança), os
ataques de fúria contra minha pessoa (claro, seu filho é autista por que você
não deu amor suficiente pra ele, ou por que você o chama de deficiente, já que
quer pegar a fila preferencial, ou senta-lo no banco amarelo), ou ainda quando o
tratam como se o autismo fosse uma doença contagiosa e o Edu uma espécie de
leproso fã do Cid, o cientista, e atualmente como se ele fosse um psicopata, ou
um terrorista preste a explodir um voo da Gol caso ele não recebesse seu
pacotinho de amendoim.
Mas o mais grave que esse tipo de reação não vem apenas
de estranhos randômicos pela rua, mas de familiares próximos.
Depois de tudo isso
quando uma moça japonesa da granja do mercado municipal perto de casa,
trata o Edu como uma criança (já que antes de qualquer rotulo é isso que ele é)
conversando com ele, e mostrando que daquela vez o ovo branco era maior que o
ovo vermelho que ele cismava em querer. Realmente fez meu final de ano muito
mais feliz.
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